Outono

A ironia tá alta, me perdoem. Prometo postar ao menos uma vez por mês.

20 de março de 2018, uma e quatorze da tarde: começou o outono. Mais um outono. 

Minha estação favorita: chuva, temperatura amena, folhas secas, paisagens que para alguns são melancólicas, mas na visão de outros, são aconchegantes e ficam te chamando para sair da cama e tentar o melhor. 

Mais uma estação em que percebo como o tempo passou rápido para nós, e o quanto temo do tempo passar rápido demais de novo. Não que eu não queira, claro. Existem milhares de sonhos que me fazem ansiar pelo que vem pela frente. Mas, talvez agora, só agora, seja necessário viver o presente.

O presente que é quase como um paradoxo: nós nunca estamos felizes diariamente, mas quando analisamos a nossa vida atual dizemos estar encontrando a tal da felicidade toda terça depois do almoço. O paraíso astral do mês de maio que ainda dá vontade de sair correndo e fazer tudo de novo. A lenda de que eu e você poderíamos dar certo, mas hoje é algo tão atual e tão distante.

Mas no fim, convenhamos: o presente é a única coisa que sabemos que vai nos seguir até o fim das nossas vidas. E, no caso, o passar das estações, se realmente se importa.

Outono, uma estação monótona para pessoas que vivem em cores queimadas. A época do ano em que os corações partidos vem à tona e todos apreciam a normalidade ridícula do nosso dia-a-dia. Me identifico, mas só temporariamente. 

Já pode tirar o cobertor favorito do armário, o outono está entre nós, e eu te garanto que ele não irá para lugar nenhum até 21 de junho.